domingo, 10 de março de 2013

Sei que ando distante

Sei que ando distante,
não mais tanto falante, nem mesmo aquele vibrante de um não tão longe tempo.
Distante.
E, por mais que pareça indiferente e a palavra não saia de mim assim tão cativante, não se precipite.
É verdade que o pouco alegre que me resta tenho empregado com coisas frívolas e incompreensíveis.
Sim, sei que ando longe, a ponto de léguas e quarteirões afastado.
Um lugar meio sem lua,
um sol assim não tão exuberante.
Distante.
Sei que percebes e vês que o brilho noturno da casa anda sempre à meia luz, como um candeeiro teimoso lutando contra a escuridão.
Meu terreiro, antes cheio e esparramado com tanto café, agora é composto de folhas secas assopradas das árvores, num outono que se avizinha.
Não mais tanto falante.
E a distância que percorri sem avisar não diminuiu o amor.Caminhei amando.
Olhei e caminhei ao longe, mas sem esquecer de amar.
Aos poucos, silenciaram meus passos gradativamente.
A poeira cessou e meu corpo sumiu no horizonte.
Sei que ando distante, mas não desconfie desse meu quase silêncio.
Falamos aqui somente de caminhos e lonjuras.
Sei que mesmo assim me perguntarás sobre o amor.
O amor? Bem, o amor é outra coisa. Embora se pareça com poeira, passos e olhares contemplativos nos mirantes que encontramos pelo meio do caminho, nas curvas mais despretensiosas das trilhas da vida.







2 comentários:

Camila Gomes disse...

"eterno zig-zag entre a escuridão e a claridade"

Gi disse...

Pa,
seu melhor momento.
bjo