Sei que ando distante,
não mais tanto falante, nem mesmo aquele vibrante de um não tão longe tempo.
Distante.
E, por mais que pareça indiferente e a palavra não saia de mim assim tão cativante, não se precipite.
É verdade que o pouco alegre que me resta tenho empregado com coisas frívolas e incompreensíveis.
Sim, sei que ando longe, a ponto de léguas e quarteirões afastado.
Um lugar meio sem lua,
um sol assim não tão exuberante.
Distante.
Sei que percebes e vês que o brilho noturno da casa anda sempre à meia luz, como um candeeiro teimoso lutando contra a escuridão.
Meu terreiro, antes cheio e esparramado com tanto café, agora é composto de folhas secas assopradas das árvores, num outono que se avizinha.
Não mais tanto falante.
E a distância que percorri sem avisar não diminuiu o amor.Caminhei amando.
Olhei e caminhei ao longe, mas sem esquecer de amar.
Aos poucos, silenciaram meus passos gradativamente.
A poeira cessou e meu corpo sumiu no horizonte.
Sei que ando distante, mas não desconfie desse meu quase silêncio.
Falamos aqui somente de caminhos e lonjuras.
Sei que mesmo assim me perguntarás sobre o amor.
O amor? Bem, o amor é outra coisa. Embora se pareça com poeira, passos e olhares contemplativos nos mirantes que encontramos pelo meio do caminho, nas curvas mais despretensiosas das trilhas da vida.
2 comentários:
"eterno zig-zag entre a escuridão e a claridade"
Pa,
seu melhor momento.
bjo
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