Pediu-me ela que eu escreva em meio ao frio que me meti.
Algo que junte o mar com uma montanha e coloque o verde para contrastar.
Sugiro curvas nos morros e na orla, ela gosta.
Curvas que superem o ângulo reto, é certo.
Eu as coloco nos morros, na orla, mas também em seu corpo.
Ficaria sem graça se as deixasse só lá em cima.
Um sol, uma areia e um bronzeado.
Aquela ginga e sotaque que dá um charme.
Um som de Mart´nália que conheci no seu carro.
Um passeio na livraria e pela feira de ipanema.
Eu a vejo nos azulejos de Portugal e num colorido de fim de tarde.
A morena carioca é uma miragem em meio ao frio e a neblina.
Se ela passasse pela Sé Velha, tudo se encheria de graça.
O jazz se tornaria samba, o vinho um chope gelado e o tremoço um caldinho de feijão.
Ah, se ela soubesse que quando ela passa o frio inteirinho se enche de graça.
Pediu-me ela que escreva, mas pobre de mim que não consigo nada mais que lembrar da sua cidade, do calor, da bela cor da sua pele e do seu sorriso malandro.
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