segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Cerrado

Tanta estrada e caminho de curvas
é longe.
Tão longe que as gotas escorrem pelo rosto e se despencam no chão.
Há um cerrado todo. Terra seca, poeira, fogo, frio, música que começa com assovio e outra que fala de coração.
Eu me derreto, descasco na vegetação, toco os espinhos com os pés e não sinto dor.
Não vejo onde essa trilha levará.
Se me fixar em ver, nem caminho.
Dou um passo e esqueço disso.
Avisto um rio e ouço o barulho das águas.
Entro e deixo me levar na correnteza.
Tanta estrada e caminho de curvas
é longe.
Do rio, avisto as margens que se movimentarem rápido.
Longe.
Tão distante, estrada de curvas.
Há um cerrado todo ainda.
Quente, sensualmente quente. Calor a ponto de formar tempestade e escurecer o céu até chover.
Chuva que se mistura com o suor e, às vezes, com lágrimas.
Tudo se transforma em água para fluir mais rápido.
Tanta estrada e caminho de curvas
é longe.
Longe, não fosse a água que você fez brotar em mim.





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