Toda casa deveria ter uma varanda ou um alpendre.
Elo entre o interno e o jardim.
Ligação direta entre os dois espaços soa me estranho. É preciso de tempo, sombra e espaço para percorrer a distância até o belo.
Redes, não à toa, servem de parada nessa transição. Mesas de centro, cadeiras mais confortáveis, idem.
O jardim é sempre o sublime.
A casa, proteção.
A vida, eterno ir e vir entre um e outro.
No jardim, mussaendas, crisântemos, damas da noite, flores de jade, ipês, jacarandás, borboletas e cães a correr.
Na casa, a cama. Recolhimento.
E o amor, porque vida, perene movimento entre um e outro.
Recolher e depois buscar o sublime das flores.
Se fartar de cores e perfumes. Depois, adormecer.
A transição entre um espaço e outro, metáfora do amor e da vida, se torna mais suave com o alpendre.
Lá nos preparamos para a comoção e encanto das flores.
Toda casa deveria ter uma varanda ou alpendre.
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