As ruas das cidades ao fim da tarde, cheia de faróis e movimentos de carros, convergem para algum ponto central.
Antes era a Igreja e a praça principal,
na minha aldeia ainda é.
Hoje todas as ruas e grandes avenidas são como as artérias fluindo, bombando sangue em direção a algum centro. Tudo se converge e o movimento é direcionado.
Tudo é cópia de um coração.
Quando estamos dentro dos carros, presos em engarrafamentos, copiamos o coração e nem nos damos conta.
O stress leva a crises de interrupção do fluxo e o coração às vezes para.
Nossas vias urbanas são como nossas veias.
Os rios vistos de cima também copiam o coração.
Fluem para algum ponto distante desviando de acidentes naturais, pequenos planaltos, serpenteando em busca de uma redenção.
Tudo é cópia de um coração.
Os organogramas das grandes corporações e dos órgãos públicos também convergem para um ponto.
Tudo é cópia.
Não conseguimos inventar nada ainda diferente de um coração.
É pra lá que sempre caminhamos.
Seja no fim de tarde voltando pra casa ou no trabalho.
Observando os rios de cima das nuvens ou em busca da pessoa amada.
Um comentário:
Lindo, paquito, lindo. Meu coração se sentiu representado.
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