transbordam e se espremem pessoas nos pontos de ônibus
disputam as escadas das caixas de latas que chegam lotadas
os ricos falam ao celular estressados pelo dia de trabalho e por não terem a via livre só pra eles
o céu, no outono, é rosa
sangram as nuvens
fim de tarde é quando o céu chora de dor
toda despedida do sol é assim
as nuvens coram
e reluzem cores radioativas
os pássaros da minha janela se agitam
pessoas esperam na padaria o pão das seis
canção do fim de tarde é assim
para alguns, a certeza de que mais um dia que se foi
para outros, a revolta do trânsito
e ainda existem aqueles, mais raros é verdade,
que contemplam e se paralisam ao ver céu chorar em vermelho psicodélico
estes últimos,
ah, esses raros últimos e sensíveis
são os imprescindíveis
Nenhum comentário:
Postar um comentário