Embaixo, o que há? Rios em miniaturas, curvos como serpentes, descendo dos pontos mais altos a procurar talvez o mar, quem sabe outro rio maior.
Lanço meu olhar sobre a terra imensa que há, sobre o rio que serpenteia, sol, nuvens e o céu. Me perco em pensamentos tantos, lembro da minha cidade, penso no pouso, nas pessoas que pescam nos rios e em como o movimento das águas é insinuante e adaptável a qualquer relevo. Fluem as águas todas.
Até pouco tempo atrás meu olhar mirava os seus olhos. Assim como as águas todas que se insinuam nos altos e baixos do relevo raspando montes e se adaptando sensualmente a cada pedra do caminho, fixar meu olhar nos olhos seus me fez, por alguns instantes, rio.
Água.
Senti o que imagino que sente aqueles rios todos que vejo la de cima ao tocar a terra, ao desviar como serpente de cada obstáculo e escorregar pela calha cheia de contornos.
Mirar seus olhos, aportar os meus dentro da totalidade deles, deu me tanto prazer quanto o que penso sentir a terra ao ser tocada pelas águas. Refresca, provoca, lava e o é que fundamental: movimenta o que estava parado.
Não há como ser indiferente as curvas sensuais de um rio vistas lá do céu.
Assim como não existe a possibilidade de não me perder nos olhos seus: escorregando, descendo, tomando conta, tocando a terra, fluindo e sensualmente me curvando pelos altos e baixos do seu corpo, movimento constante das águas.
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