quinta-feira, 18 de abril de 2013

O rio

deixo me carregar pelo rio que corre em mim.
Ele tem a água verde. 
Olhando da margem parece parado,
mas só parece. 
Quem resolve molhar os pés e mergulhar, logo sente abaixo do espelho d'água a correnteza.
É ela quem me leva e não esboço reação,
deixo me carregar.
O rio que corre dentro da minha consciência e que inunda meu corpo todo é formado por riachos pequenininhos e poças de água da chuva que teimam em se juntam no relevo desigual do planalto.
As águas todas aqui do planalto escorrem em direção ao mar.
As águas todas que correm em mim e, formam o rio que habito, também.
Elas saem daqui sem barulho
serpenteiam pelos meus altiplanos e vão se juntando como as emoções que me tocam.
Escorregam sensualmente pelos morros e fendas do corpo da mulher desejada.
Ficam alegres e irriquietas ao se juntar com as outras águas.
O rio que me leva e carrego em meu corpo, recebe as canoas dos pescadores e
o movimento frenético das mãos das lavadeiras que cantam para mim.
As oferendas e a lua cheia.
Em direção ao mar desce o rio que habito
devagar, se juntando
crescendo
escorregando sensualmente.
Em direção ao mar, escorre o rio que navega em mim.





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