quarta-feira, 29 de outubro de 2008

No começo da noite...

É no começo da noite, fim da tarde, em que há um momento de encanto.
Foi se um dia, rompe uma noite.
Sensação de recomeço, de morte e vida.
Chama esperança reacendida.
No fim da tarde, começo de uma noite, as estrelas se perfumam e a lua se maquia para logo mais darem o ar de sua graça ao infinito.
É nesse período que abrimos sobre nossos corpos o chuveiro, como num ritual de passagem. O que acumulamos durante o dia leva a água embora.
O pássaro deixa de cantar e faz silêncio em respeito à Lua, as estrelas e à oportunidade de recomeço que recebeu.
O homem liga a TV, como a cigarra que não para de cantar.
Homem e cigarra se parecem, fazem muito barulho.
A lua não gosta, estrela também não.
Mas, não deixam de aparecer mesmo assim.
Cigarra morre logo, homem não.
Ela de uma vez, ele aos poucos.
Se fizesse mais silêncio na hora da lua, se ficasse mais quieto quando das estrelas, morreria menos aos poucos, viveria mais aos muitos e cantaria ambos mais harmonicamente.
Quem sabe até, cantigas de ninar.

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