quinta-feira, 24 de julho de 2008

Violão

Rápido ela pegou os macetes, fez um lá, um ré e um mi.
Saiu cantando já. Abusada.
Seus dedos leves logo se acostumaram às cordas e estas, ao se sentirem tocadas por eles, soltaram um som de sereia.
A sala se transforma. O quebra cabeça começa a criar outras paisagens que não aquela de um salão renascentista, o incenso reagrupa suas cinzas e se acende.
Um cheiro de templo budista invade a sala.
A fome vem.
Logo vai.
E o violão, acostumado com minhas coxas não quer mais te largar. De bobo, só tem o dono.
Tentei colocá-lo de volta à capa, mas ele bateu o pé.
Tá lá te esperando, pode?
E o Charlie sorri disso tudo.

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