Talvez ela tenha sido mais intuitiva que ele.
Ninguém sabe ao certo quando se iniciou o fim.
Num infeliz comentário qualquer numa mesa de bar ou em uma noite de sexo.
Uma impaciência aqui, outra acolá, ninguém sabe.
Até mesmo eu que nem sabia se algo haveria para acabar, me dei conta que acabou, num triste dia.
Amaram por um ano ou dois, de uma forma tão intensa que haveria mesmo de acabar.
Tão profundo quanto mais impossível.
Muito próximo, porém um próximo que exigia avião.
Um embarcava e o outro depois. Amaram de uma forma diferente, sem nomes ou títulos, mas amaram a ponto de atrapalhar as noites dos vizinhos.
Acordavam todos os andares.
Está dormindo? Ela perguntava. Ele respondia que não, pois havia acordado quando a conheceu.
Frio de graus negativos, calor, fogo no lençol. Chegadas e partidas.
Um cerrado todo a separar ou um oceano.
O amor acaba. É certo que sim.
A lembrança persiste e quando há o que lembrar é porque há.
Ela se foi, depois ele, pouco importa quem primeiro.
Talvez ela tenha sido mais intuitiva que ele.
Ninguém sabe ao certo quando se iniciou o fim.
O amor acaba. É certo que sim.
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