Uma vez plantei um pé de jasmim manga
floriu.
Aos fins de semana levava água pra ele
sorriu.
Em cada encontro, desejava que aumentasse sua sombra para que eu coubesse aos seus pés
perfumava.
Ao redor, plantei unha de gato no muro todo para que o verde substituísse o concreto
me deu uma pétala no primeiro vento.
Tentei acabar com as formigas para proteger a mangueira, o pé de fruta do conde e o pequizeiro,
queria tudo de mais belo ao seu lado.
Depois viria a grama.
Busquei outras flores por aí para colocar ao lado de Jasmim
cresceu.
Certo dia me levaram
Ficou só o lugar das raízes
Nem sequer soube onde replantaram
Soubesse, faria tudo de novo.
Soubesse, não me revoltaria e deixaria onde está. Juro, não tomaria de regresso.
Plantaria em volta, cuidaria das formigas, mas deixaria onde estivesse para que pleno e livre desenvolvesse.
Desumanidade sem fim furtar uma planta e nem sequer dizer pra onde levaram.
Até hoje fico a pensar como está o meu pé de Jasmim
se floriu
se cresceu
seu perfume e se há beleza em sua volta.
Em todo lugar que vejo um, paro desconfiado. Fico a pensar se não poderia ser o meu pé de Jasmim.
Desvario esse meu que vê, em cada pé, aquele que um dia cuidei.
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