sexta-feira, 5 de abril de 2013

Poemas das horas de descuido

Tão simples que um sabiá na janela de casa, um ronrronar de gato no colo e um cochilo no sofá.
Que chuvisco inesperado no ponto de ônibus.
Que gentiliza de guardar sua bolsa enquanto não se tem lugar para sentar.
Poema das horas de descuido.
Tão simples e belo que beijo de despedida na rodoviária.
Que cafuné na nuca e um café no meio da tarde.
Horas de descuido escrevem poemas.
Tão simples e comovente quanto um abraço na pessoa amada.
Tão belo quanto o olhar do cãozinho ao chegar em casa.
Que banho de rio com cachoeira e música enviada por uma pessoa querida.
Nessas horinhas, redigimos poemas mesmo sem saber.
São tão belos e simples quanto chegada de pessoa querida que se aguardava há tempos.
Tão belos e simples quanto o cuidado da manicure com suas unhas num sábado de manhã e uma rede debaixo de uma mangueira.
Poemas das horas de descuido acontecem neste momento que conversamos,
basta nos atentarmos à flor da orquídea que apareceu ontem sem sequer nos avisar.

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