quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Nas ruas seculares

Da cidade belamente pousada entre morros,
terra da doceira que, no tacho de cobre, compunha poemas.
Lugar também de açoites, fruto da ambição desmedida pelo ouro.
Naquelas ruas seculares imagino você com seu delicado vestido preto, na Igreja de onde se avista tudo, das luzes das casas e das ruas até o breu da mata.
Lugar de se ir a meia noite.
Sem ninguém, muito menos padre, só lua e aves noturnas.
Uma lua mais distante, duas no seu olhar.
Dois corpos distantes à leguas, mas que possuem uma proximidade silenciosa, que só se faz possível pelo desejo.
Nas ruas seculares da cidade belamente pousada entre morros lembro de ti com saudade, perdido entre papéis de uma mesa de trabalho.


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