segunda-feira, 7 de julho de 2008

Juntei

Pedrinhas de um riacho pequeno.
Cortei o pé no espinho, doeu para tirar a farpa.
Suei de tanto correr atrás de borboletas.
Lutei com minha sombra e só venci quando fechou o tempo e veio a tempestade.
Me recolhi com medo do trovão.
Sai de mãos dadas com o sol.
Calei quando era para cantar e cantei quando me deram um psiuuuu...
Sorri de tombos alheios e dos meus próprios. Tá certo, só quando as lágrimas secaram e depois de um certo tempo, mas dei risada de mim mesmo.
Já fui meu melhor e pior amigo.
Cansei de mim e noutras horas me vi Rei do meu próprio mundo.
Me tomaram o poder, voltei a ser súdito.
Daí pude falar à solta, quem liga para o que os súditos falam?
Hoje sou um pouco de cada coisa.
Um pouco de pedra miúda rolando riachos a baixo, um tiquinho de espinho, um psiu, um canto, uma lágrima, um riso e um trovão.
Um trovão ciente de que sua força vai até os limites impostos pelo sol e suas nuvens.
Eu juntei folhas e folhas de ipês caídas e peguei uma estrela que caiu na minha mão.
Com elas fiz uma outra árvore juntando tudo, pedra, sal, sol, tempestade, risos e cantos.
E disso tudo, nasceu você.

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