quinta-feira, 12 de junho de 2008

Acordo

Com a cabeça cheia de sonhos (de ontem) derrubados.
Eu quis ser presidente do Brasil na 3 série.
Logo depois, piloto de fórmula um.
Não queria, por isso sofri noites e dias, que meu cachorro Ralf morresse.
Como era lindo meu cãozinho e como eu o amava.
A dor da sua perda me fez, depois, ter uma relação diferente com cachorros.
Não que eu fosse indiferente, mas é que ninguém soube o quanto eu o amava.
Antes dele, eu queria ter um sítio para acolher todos os cãezinhos abandonados pela rua.
Ah, sim, tem o meu amor primeiro.
Quanto eu a amava, depois quanto sofri.
Sorte que logo depois conheci um outro amor, mas a dor da primeira perda tá aqui comigo em forma de cicratiz mal fechada.
Depois dessa perda, vi com outros olhos os amores...
E assim, vamos indo.
Não que eu seja insensível, não que eu seja indiferente.
É que, e isso não vem aqui ao caso, a dor me apareceu e dela renasci.
Forte não sei, seguro talvez, mas meus sonhos hoje começam de noite e se desfazem de manhã quando acordo.
Me dão a certeza de que: tirando os dramas que nós criamos, tirando as absolutizações que fazemos de coisas relativas, nada tem na vida de grande complicação que o tempo não cure e resolva.
O segredo, se é que ele existe para além de filmes de auto-ajuda, reside em buscar dimensionar as coisas do tamanho que elas são.
Um pouco a mais e você sofre sem razão, um pouco a menos você se lasca e é engolido.
Meus sonhos, hoje, são simples como desenho de criança na pré-escola.
Um sol, um homem e mulher de mãos dadas, uma árvore e uma casa.
O resto são as nuvens, que as faço bem azuis como num dia de verão.

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