“ela olhou, ela mediu, viu o tamanho de seus pés, a altura de suas pernas, fitou apaixonadamente seu mais novo objeto de desejo e ele era grande, dava mais de 10 da pequenucha, era colorido e desafiante.
Ficou a pensar sobre as possibilidades daquele desconhecido, e involuntariamente começou a balançar os braços para frente e para trás, para frente e para trás, parecia uma borboletinha ensaiando a decolagem.
Assim como seu mais novo brinquedo, ela também era colorida, transmitia calor apenas com um olhar, seus anseios eram tão grandiosos quanto aquele “escorregador” e ela só tinha 3 anos.
Sem temer, se pôs a encará-lo, bateu assas e deu os primeiros passos rumo ao seu mais novo triunfo. Chegou bem próxima àquela escada, colocou as mãozinhas no ferro geladérrimo (fazia muito frio) e mirou o céu acreditando que poderia tocar as nuvens.
Subiu os degraus decididamente e já nem olhava a terra firme que tanto lhe permitia sentir-se segura, rompera ali, naquele instante seus apegos com o que lhe disseram um dia ser o certo, o seguro, o palpável.
Sentou-se e deu um suspiro profundo (como lhe era peculiar quando sentia prazer), fechou os olhos, prendeu a respiração e só sentiu o frescor do vento que atirava seus cabelos para trás. Naquele momento sentiu-se viva novamente, aquele friozinho na barriga de outrora, voltou a percorre-lhe o corpo... e o medo ficou para trás, impregnado naqueles adultos bobões que não entendem a beleza do pousar da borboleta na delicada margaridinha num dia de inverno.”
(Presidente Prudente, maio de 2007)
Paloma Gomes
Um comentário:
Ops.. errei a data...
Texto escrito em "junho"
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