A despedida foi um parto sem choro.
Ele saiu contando as cédulas na carteira após pagar pelos livros e, ela se foi, queria colocar mais um piercing, entre tantos que já tinha.
Ônibus, parada, casa, janta, conversas formais, problemas dos filhos, amor sem tesão, sono. Até ônibus, parada, aula, almoço. Eram assim os seus dias.
Naquele noite foi estranho, sentia se desejado entre os lençóis, deixou o pensamento e as mãos fluírem, há tempos não se tocava, não proporcionava prazer egoísta. Ela havia abalado-o, não só pelos questionamentos impertinentes, mas estava de saia. De saia e, ainda por cima justa.
Sentiu vergonha quando molhou suas mãos após pensamentos libertinosos com aquela garota.
Ligou a TV, se distraiu e dormiu.
Na aula repetia tudo o que há 30 anos lecionava, sabia até a hora das risadas e em que momento tocaria o sinal. Estranho, todo confuso, nem se deu conta das pessoas saindo da sala.
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