sexta-feira, 24 de julho de 2015

Amores

A primeira impressão que tive dela foi através do vinho que derramei no seu tapete.
Há uma relação inequívoca entre derrubar copos e timidez.
Dos seus olhos quase dava para ver o lago.
Era toda colorida, maquiada e tudo combinava. O vestido e o abajur.
Só mesmo eu que destoava e derrubava o vinho.
Ela quem terminou.
Depois, fui parar nos braços de uma sala.
Nunca havia vaga. Ela estava sempre cheia para mim que chegava tarde.
Durou somente três meses.
Terminamos e ainda recebi a conta de 2 pacotes de omo dupla ação.
Dela lembro mesmo só das fotos que fiz na primeira câmera digital.
Depois acabei traindo a norte pela sul e me mandei.
Quem nunca?
Foi com ela que ousei cozinhar.
Ganhei um sofá, comprei uma tv e uma cama.
Essa cama me levou a outros lugares.
Até que uma sobrinha acabou com nosso relacionamento.
Sobrinha do dono.
De lá, vaguei pelos bares tortuosos e caminhos do sexo da asa norte.
Deixei uma pela outra de novo e a norte me aceitou de volta.
Dabliu três.
Esse amor pelo norte é tão pungente.
Com a dabliu vivi 3 anos em sete meses.
Até que tudo acabou.
Ela se foi e eu voltei para a sul.
Me recebeu como se não tivesse ido e como havia 3 ipês e uma igrejinha, fiquei por lá mesmo.
Foram quatro anos e muitos amores pela janela.
Até que acabou.
A norte não mais me queria, a sul tampouco.
Fui embora.
Voltei em nove meses para a norte, que me recebe com os Olhos d´água.
De lá não saio, a sul me desculpe, mas de lá não saio. Quem sabe?
412 norte, 316 norte, 312 sul, 706 norte, 307 sul e 415 norte.
São os nomes de todos os meus amores de Brasília.
Amores que amei, traí, abandonei e por alguns deles fui abandonado.




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