A mais famosa delas é a do rio Sena, em Paris. Em Brasília, no Parque da Cidade, já se vê vários cadeados naquela que atravessa o lago.
Tem amante que corta o caule da árvore com faca, desenha um coração e escreve o nome da pessoa amada. Na escola, não raro, se vê nas carteiras os mesmo rabiscos. Ora com errorex, ora com estilete. O que importa é tentar imortalizar ou publicizar algo que se quer eterno, ainda que saiba ser perene somente enquanto dure.
Uma boa metáfora do amor é a ponte sobre o rio.
O rio que flui embaixo da ponte é a vida. Para ela, pedimos plenitude. A união entre as duas margens opostas é o amor. Para amar é preciso sair da nossa margem e buscar a outra. A correnteza e os galhos, são nossos receios. Chegar ao outro lado é o conforto e a segurança de um abraço, após nos lançarmos nas incertezas que o ato de amar nos desperta. Há que se cuidar, portanto, da vida e se lançar até a outra margem.
Me desculpem os amantes que selaram o compromisso com o cadeado, mas ele não é uma boa metáfora do amor.
O amor não se prende, não se fecha.
Cadeado é algo que pesa e o amor precisa fluir leve.
A ponte das artes, em Paris, estava repleta de cadeados. Houve proibição, inclusive, porque a estrutura não suportava mais. A epidemia do cadeado era tanta que até na Torre Eiffel começou a brotar os símbolos cadeados do amor.
Li, nesse fim de semana, a seguinte manchete: Peso de cadeados do amor faz grade de ponte ceder em Paris.
A chamada da matéria diz tudo.
Um amor que pesa, terminará por ruir.
Amor que se aprisiona, derrubará o elo entre as duas margens.
O rio e a ponte entre as duas margens, tornam desnecessários outros elementos para simbolizar a beleza do ato de amar.
Um beijo, um vinho, uma foto ou mesmo somente contemplar as águas da vida rolando desimpedidas aos pés de quem se ama bastaria para marcar o momento.
O ser humano é engraçado, insiste em querer decorar algo que, pela própria essência, é belo sem necessitar de adereços.
Um beijo, um vinho, uma foto ou mesmo somente contemplar as águas da vida rolando desimpedidas aos pés de quem se ama bastaria para marcar o momento.
O ser humano é engraçado, insiste em querer decorar algo que, pela própria essência, é belo sem necessitar de adereços.
2 comentários:
Patrick, isto ficou bonito demais!
Demais.
Meu amigo Patrick, faz tempo, mas muito tempo mesmo que não leio algo tão verdadeiro, lindo e suave. Parabéns!
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