O telefone, com suas 500 atrações, o trabalho, o trânsito que torna mal educadas as pessoas, a rapidez nas informações e a ideologia do tudo ao mesmo tempo agora.
Na mesa do bar, nos conectamos mais com quem ali não está.
Consumimos avidamente, como se sentíssemos fome avassaladora de algo que nem sabemos bem o que é.
Acelerados.
Em uma velocidade estupenda, mas sem saber ao certo para onde temos que ir.
Ávidos, acelerados, conectados e desconectados. Já vi gente sentir tristeza profunda ao perder um telefone, talvez mais até que os próprios documentos ou alguém da família.
Reféns.
De uma tecnologia que poderia servir para acabar com a desigualdade, mas que acaba por nos tornar mais egoístas e nos furta a alteridade.
Solitários
Neste não tempo em que praticamente nos perdemos todos e chegaremos próximos ao fim juntos. Juntos?Esclareço: juntos em um dos 30 grupos que temos no uatizape, ;). Deu até pra ouvir o barulho da mensagem chegando.
Caminhos?
Sei lá, quem sabe voltar a fazer o que fazíamos antes.
Ir na casa das pessoas, cuidar mais de quem gostamos, conquistar novas amizades, buscar a simplicidade nos gestos e nas falas, andar a pé até o cinema, esperar a fornalha de pão quente na padaria e sentir o cheiro, movimentar, ficar sem celular por um dias, deitar na rede, estender um pano na beira do lago e ficar ali vendo a água seguir seu curso, metáfora da vida.
Assim, movimentando, quem sabe logo não estaremos dançando e seguindo o leito de um rio.
O rio da nossa aldeia.
Rio que tentaram apagar da nossa memória, mas que está sempre ali. Todos sabemos que ele está sempre ali ao nossos pés, basta caminhar.
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