quarta-feira, 12 de setembro de 2007

De mim...

não sei bastante,
ser constante não aprendi nos bancos, tampouco nas escolas, nem em praças com cheiro de dama da noite, nas cidades do interior.
Confesso que de mim sinto medo, pânico, às vezes um pouco de enjôo.
Sei que sempre que vejo o ipê amarelo de minha quadra comercial, acredito (não deveria) mais em mim.
Ouço música e, quando boa, mexo o corpo.
E quando muito boa, derramo suor.
Se consegui a liberdade para outro, sorrio e acredito (não deveria) mais em mim.
Tem noite que ao pentear os cabelos e deixá-los molhados, caidos em movimento, me acho bonito a até concordo com Paloma e Giane, mas logo ele seca (não deveria).
Meus olhos, veja bem você, não secam nem com os 11% de umidade daqui. Não sei te explicar o porque disso, mas sempre trago eles marejados. Acho que é pra te convencer que tudo o que eu disse até aqui não é mentira.
Pode ser.
Eu, apesar de toda minha tristeza, ainda molho os Ipês com minhas lágrimas. Dependo deles para não me jogar da primeira janela que vier.
Para que continue penteando meus cabelos, mesmo sabendo que secarão.
Para que continue lutando pela liberdade do outro e, um pouco da minha.
Que eu sorrio, sorrio, mas tudo é movido pelas lágrimas.
Quero e tento chorar de tanto rir,
acordar de tanto sonhar, ter ao invés de tanto desejar.

2 comentários:

tatiana reis disse...

ai que vontade deu te te abraçar.
marejado, desaguando e regando tanto jardim.

Gi disse...

"Conversar é muito importante, meu filho,
toda palavra, sim, é uma semente"
(Raduan Nassar)