Sua memória não dava conta de lembrar da última vez que havia corrido de noite.
Talvez na adolescência, quando perfumes lançados ao ar despertavam a atenção de policiais que, putos da vida por trabalharem no sábado de carnaval, não admitiam que adolescentes usassem perfumes do Paraguay lançados. Achavam-se no estrito cumprimento das leis estabelecidas.
Estava frio, muito frio e a música chata. Talvez por isso é que se desembestaram, quase voando, por entre gramíneas secas e maltratadas por dias sem chuva.
Somente assim, espantaram um pouco o frio.
Pouparam seus ouvidos do com muito mal gosto temperado repertório do didiei.
Alegraram a vida monótona das arvores e arbustos que, durante a madrugada, esperam solitariamente pelo orvalho. Ele só chega de manhãzinha.
3 comentários:
Relato mais lindamente colocado..
BjoBjo-
tanta coisa só vem de manhãzinha né?
o pior é saber que nem sempre é na manhãzinha de amanhã.
gostei daqui!!
Caras *tsc*tsc*
só chegam em casa de manhazinha, trazendo calcinhas de menininhas que não tardam nem falham, pagaram outro cara pra isso :)
Beijo!
Postar um comentário